O maior problema de Sete Dias com Marilyn é ser vendido como um filme “sobre” Marilyn Monroe. E como não esperar
algo arrebatador de um filme sobre um dos maiores ícones do mundo? Aí é que está
a questão. Além de não ser sobre a atriz, a produção do desconhecido Simon
Curtis não tem nada de arrebatadora. É um longa genérico e que passa longe de
qualquer ousadia.
O filme não é uma biografia da
atriz, e sim retrata o período de filmagens de O Príncipe Encantando, quando
Marilyn foi a Londres trabalhar sob a direção do renomado Sir. Laurence
Olivier (um Kenneth Branagh desprovido de vaidades). Pincelando os conflitos entre a atriz e o ator/diretor, o longa se
concentra na paixão e relação entre a atriz e um jovem britânico (um simpático Eddie Redmayne, o verdadeiro protagonista do longa) que
participava da produção e desenvolveu uma paixão por ela.
A favor do trabalho de Curtis, temos
um longa leve e fácil de assistir. Curtis dirige no piloto automático, mas acerta
ao direcionar suas lentes para a interpretação carismática de Michelle Williams, que
carrega o filme praticamente nas costas. Cercada por uma legião de bons atores (Julia Ormond, Toby Jones, Judi Dench, Dominic Cooper etc),
Williams se sobressai ao criar uma interpretação cativante de um mito perdido entre
uma imagem sexy e frágil e uma conduta autodestrutiva.
Toda vez que Williams dá as caras,
o filme ganha peso e graça. Michelle Williams é a razão de ser da produção (basta ver essa cena para comprovar - e eu amo o Youtube). É a
atriz que dá sentido à trama e empresta alguma luz a um longa desprovido de impacto, meio confuso entre um tom de comédia romântica e um verniz mais dramático.
Pelo menos temos um filme charmoso e dominado pela presença marcante de
Michelle Williams, uma atriz cada vez mais interessante.