terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Árvore da Vida

Não sei se sou a pessoa mais certa para falar sobre o novo trabalho de Terrence Malick (talvez não!), afinal, rolam boatos por aí que sou cético e cínico demais para me deixar envolver pelo filme. Mas vou falar sobre ele mesmo assim. Cineasta meio recluso e temporão, filmando em longos espaços de tempo, só assisti a um filme do moço, sua versão poética, lenta e contemplativa sobre a Segunda Guerra Mundial, Além da Linha Vermelha.

A Árvore da Vida segue um caminho semelhante a Além da Linha Vermelha. O enredo é mínimo e serve mais como desculpa para o cineasta desfilar belas imagens pela tela, estendendo a narrativa ao máximo graças a uma edição lenta e contemplativa, o que resulta em uma fotografia realmente linda (o que, de certa forma, salva o filme). Uma das diferenças entre os dois longas é a contextualização do primeiro, tendo a guerra como pano de fundo, e a especulação do segundo, que tem como mote questões mais existenciais.

Esse é um dos grandes poréns do filme. Cheio de significados e simbolismos, diluídos ao longo de mais de duas horas de duração editadas de forma não-linear e pouco convencional, A Árvore da Vida traz belas imagens, filmadas com propriedade por Malick, mas que dizem pouco ou quase nada a quem não se deixar levar pela viagem proposta pelo diretor.

Em linhas gerais, no meio de uma tentativa pálida de discutir sobre a "condição humana" (piada interna para iniciados no meu mundo), podemos acompanhar de forma bem lenta a história de um garoto que vive tenso sob as rédeas de um pai rígido (vivido por Brad Pitt). E ponto. O resto não é para ser entendido e sim sentido, dirão alguns.

Perdido entre o ceticismo e o cinismo, até admito que o problema do filme seja mais comigo do que com a produção em si, poética e filosófica demais para meu modo rasteiro de pensar e ver o mundo. Mas uma coisa é certa: se Malick quis representar o vazio existencial, ele conseguiu. A Árvore da Vida é chato como a vida.

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