quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Pílulas fílmicas

A Separação e o encontro do cinema iraniano com o público

Para quem está acostumado à narrativa hollywoodiana, filmes iranianos podem ser aterrorizantes: personagens simples sem grandes motivações definidas, ritmo lento como a vida e representação mais realista. A Separação, drama do diretor Asghar Farhadi, foge desse estereótipo e adota uma narrativa mais ocidentalizada, ainda que passe longe de ser um filme com representação “hollywoodiana”. Varrendo todos os prêmios por onde passa (está indicado aos Oscar de filme estrangeiro e roteiro original), o longa alia uma direção segura de Farhadi e um elenco em sintonia, que defende os personagens com vigor, com uma trama enervante, uma tragédia anunciada que nunca deixa o espectador respirar aliviado. O melhor é que a história do casal que enfrenta uma separação cada vez mais desastrosa funciona como metáfora para a situação de um país cheio de conflitos (religiosos, ideológicos, sociais) que é o grande “vilão”, aos olhos do Ocidente, do mundo atual.


O Espião que Sabia Demais e o público que entendia de menos

Depois do ótimo “Deixa Ela Entrar”, o diretor sueco Tomas Alfredson abraça o cinemão com um thriller de espionagem recheado de atores ingleses. Ainda que enverede por uma narrativa mais universal, Alfredson não faz concessões nessa adaptação de um romance de espionagem do autor John Le Carré e deixa o espectador confuso com uma trama que vai e volta no tempo e deixa as explicações de lado para se concentrar em uma encenação meticulosa. Mas, mesmo não trazendo uma história totalmente compreensível (não entendi metade do que estava acontecendo diante dos meus olhos), o filme vale pela direção de arte e fotografia impecáveis e elenco no lugar (Gary Oldman como destaque como um espião silencioso e observador).

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