Magic Mike: Steven Soderbergh pode ter anunciado a aposentadoria, mas o rapaz tem produzido em escala quase industrial desde então. Em menos de dois anos, foram três filmes lançados (Contágio, À Toda Prova e "Magic Mike") e mais um a caminho (Side Effects). MagicMike é o melhor dessa nova leva de longas, mesmo sendo bem tolo em seu conceito. O filme usa o tal Clube das Mulheres para discutir um pouco economia e moralismo. A favor do filme, temos atores carismáticos, um bom ritmo e muito peitorais bem definidos e bundas torneadas de um elenco masculino de primeira. Pesa contra o longa o fato dele não apresentar nada que, por exemplo, já não tenhamos visto em uma novela das oito e por não trazer nenhum grande conflito. O filme começa e só temos um plot mais definido lá pelo final, mas tudo rapidamente se resolve. Pelo menos é um filme simpático e menos pretensioso do que o que o diretor andava fazendo, mesmo sendo apenas uma comédia romântica no final das contas.
Frankenweenie: Há tempos que não vemos um filme realmente bom de Tim Burton, que passou a escolher e dirigir seus projetos no piloto automático. Para voltar à boa forma, o diretor resolveu olhar para seu próprio passado e transformar um de seus primeiros trabalhos, o curta Frankenweenie, em um longa de animação. O resultado é o melhor trabalho do diretor em tempos. A direção de arte é um primor e a concepção dos personagens é de impressionar, prestando uma homenagem a grandes personagens da história do cinema de terror. O próprio filme bebe com vontade na fonte do cinema de horror tipo B. Em linhas gerais, "Frankenweenie" deve não apenas a esse cinema que fez a cabeça de Burton, mas ao próprio universo criado pelo cineasta. A maior prova é estrutura narrativa bem parecida com a de Edwards Mãos de Tesoura, um dos melhores trabalhos de Burton.
Um Alguém Apaixonado: Depois de conquistar uma nova leva de fãs, avessa ao cinema iraniano, com o mais universal Cópia Fiel, Abbas Kiarostami dá um passo atrás com esse "Um Alguém Apaixonado". Apesar de ser muito bem filmado, com longos planos-sequência e cenas com planos estáticos, tudo muito bem planejado, o filme carece de apego. Acompanhamos sem muito interesse a trajetória de uma prostituta indo ao encontro, sem muita vontade, de mais um cliente e o desencadear de algumas ações a partir daí. Kiarostami testa a paciência do público com um filme lento, arrastado e que não chega a lugar nenhum. Parece um trabalho inacabado feito às pressas.