Segundo os dois filmes, que
também se assemelham na pegada indie alternativa, o amor no cinema (e na vida real
também, por que não?) vence cada vez menos todos os desafios. É cada vez mais
comum o cinema deixar de lado o “amor romântico” que a todos salva e apostar em
um amor mais real, falho e, consequentemente, passível de fim.
Em Loucamente Apaixonados, acompanhamos primeiro a paixão avassaladora entre dois jovens que acreditam ter toda uma vida juntos pela frente. Um descuido de um e, bingo, temos um problema que os afasta e arrasta a situação de uma pendência amorosa entre os dois por anos. O filme de Drake Doremus é lindo e cruel ao mesmo tempo. A entrega do elenco (Felicity Jones e Anton Yelchin) torna tudo ainda mais difícil para o espectador. Acompanhamos e vemos na tela o amor entre os dois seguir rumos diferentes e ser quase destruído em virtude de uma situação que foge ao controle dos dois.
Michelle Williams e Seth Rogen já
começam Entre o Amor e a Paixão
casados e vivendo uma relação feliz. Mas ela sente falta de algo novo e
refrescante. Esse frescor chega na pele do vizinho (Luke Kirby) que ela conhece
por acaso. A química entre os dois é visível e imediata. Ela passa a se
questionar, o vizinho entra no jogo dela, e o marido permanece alheio em sua
inocência. O dilema dela é comum e corriqueiro: deixar um amor estável e
agradável para se aventurar por algo atraente, mas incerto? Em Loucamente Apaixonados, acompanhamos primeiro a paixão avassaladora entre dois jovens que acreditam ter toda uma vida juntos pela frente. Um descuido de um e, bingo, temos um problema que os afasta e arrasta a situação de uma pendência amorosa entre os dois por anos. O filme de Drake Doremus é lindo e cruel ao mesmo tempo. A entrega do elenco (Felicity Jones e Anton Yelchin) torna tudo ainda mais difícil para o espectador. Acompanhamos e vemos na tela o amor entre os dois seguir rumos diferentes e ser quase destruído em virtude de uma situação que foge ao controle dos dois.
Cinematograficamente, o trabalho
de Doremus é mais plástico, delicado e envolvente. A edição é picotada e cheia
de saltos temporais, e a narrativa é muito feliz ao se dividir os dois atores,
mesmo quando o romance entre os dois parece não mais resistir. O apuro não se
sobressai em relação aos personagens e ao roteiro, muito bem delineado.
Sarah Polley, a diretora de
“Entre o Amor e a Paixão”, adota uma abordagem mais cruel e, em certo sentido,
parece estar julgando as escolhas de sua protagonista. O filme inicia mais
duro, já que a relação entre o casal central já está estabelecida. Mas a
diretora acerta ao lançar um olhar mais delicado à relação entre a personagem
de Williams (demonstrando a cada novo filme que é uma das melhores atrizes da
atualidade) e o vizinho. Algumas cenas são de uma beleza que impressionam (o
quase videoclipe de “Video Killed The Radio Star” e a cena de reencontro entre
ela e o vizinho são exemplos) e minimizam até as gorduras do roteiro (a irmã
alcoólatra do personagem de Seth Rogen pouco acrescenta à trama).
Os dois filmes não apostam em
finais felizes fáceis. Ambos terminam de forma melancólica e agridoce. Não
determinam o fim do relacionamento, mas apresentam tanto a rotina quanto a
distância como fatores decisivos para que os olhos brilhantes e os atos de amor
e carinho do princípio sejam substituídos pelas dúvidas, incertezas, gestos
frios e sem vida. Mesmo sendo filmes lindos, não é fácil, não!
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