quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Cinema: um tsunami e a Terra Média


O Impossível – O cinema catástrofe geralmente é oco e vazio, vide os filmes do Roland Emmerich, cheio de efeitos especiais para compensar o fiapo de trama e as interpretações rasas. Felizmente, “O Impossível”, filme do espanhol Juan Antoio Bayona (“O Orfanato”), foge dessa sina. Talvez por ser uma história real e que ainda reverbera pelo mundo, talvez pelo elenco competente que se entrega de corpo e alma aos papéis de pessoas que sobreviveram a uma tragédia que matou mais de 200 mil pessoas. A primeira parte do filme é de causar calafrios, e a direção de Bayona nos coloca dentro do tsunami. Vemos o desespero, sentimos os cortes e a dor fiísica dos personagens. A segunda metade é mais emocional e melodramática, mas nem por isso menos dolorida. O reencontro entre Tom Holland e os irmãos é, de longe, a cena mais forte da produção. 

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada – Os nerds e geeks de plantão que não me levem a mal, mas apesar de serem bons filmes, nunca paguei muito pau para a trilogia de O Senhor dos Anéis, daí uma preguiça tremenda de ver esse primeira capítulo de “O Hobbit”. Por incrível que pareça, até que me diverti. O filme é longo, em alguns momentos arrastado e claramente esticado sabe-se lá Deus porquê. Mas talvez a familiaridade com os personagens e a trama contem a favor. É bacana rever Ian McKellen, Cate Blanchett e Hugo Weaving revivendo papéis tão icônicos. Além da duração exagerada, pesam contra o longa um tom mais cômico e infantil que incomoda e a tal tecnologia de 48 quadros por segundo, que deixa a imagem com cara de produção feita para a TV. O resultado final é divertido e menos chato do que parecia, o que já é muito.

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