O Impossível – O cinema
catástrofe geralmente é oco e vazio, vide os filmes do Roland Emmerich, cheio
de efeitos especiais para compensar o fiapo de trama e as interpretações rasas.
Felizmente, “O Impossível”, filme do espanhol Juan Antoio Bayona (“O
Orfanato”), foge dessa sina. Talvez por ser uma história real e que ainda
reverbera pelo mundo, talvez pelo elenco competente que se entrega de corpo e
alma aos papéis de pessoas que sobreviveram a uma tragédia que matou mais de
200 mil pessoas. A primeira parte do filme é de causar calafrios, e a direção
de Bayona nos coloca dentro do tsunami. Vemos o desespero, sentimos os cortes e
a dor fiísica dos personagens. A segunda metade é mais emocional e
melodramática, mas nem por isso menos dolorida. O reencontro entre Tom Holland
e os irmãos é, de longe, a cena mais forte da produção.
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada –
Os nerds e geeks de plantão que não me levem a mal, mas apesar de serem bons
filmes, nunca paguei muito pau para a trilogia de O Senhor dos Anéis, daí uma
preguiça tremenda de ver esse primeira capítulo de “O Hobbit”. Por incrível que
pareça, até que me diverti. O filme é longo, em alguns momentos arrastado e claramente
esticado sabe-se lá Deus porquê. Mas talvez a familiaridade com os personagens
e a trama contem a favor. É bacana rever Ian McKellen, Cate Blanchett e Hugo
Weaving revivendo papéis tão icônicos. Além da duração exagerada, pesam contra
o longa um tom mais cômico e infantil que incomoda e a tal tecnologia de 48
quadros por segundo, que deixa a imagem com cara de produção feita para a TV. O
resultado final é divertido e menos chato do que parecia, o que já é muito.
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