sexta-feira, 8 de março de 2013

Pílulas para não deixar passar em branco

Hitchcock – O mestre do suspense merecia homenagem melhor do que este filme genérico sobre as filmagens do clássico “Psicose”. Indeciso entre a homenagem ao cineasta e o drama matrimonial, o longa se perde com um roteiro sem graça e a direção qualquer nota do estreante Sacha Gervasi. A interpretação caricata de Anthony Hopkins e a maquiagem equivocada (indicada ao Oscar!!!) reforçam o tom inadequado da produção. Salvam-se os esforços de Helen Mirren (que está bem, mas faz apenas o feijão com arroz) e Scarlett Johansson (pouco aproveitada, mas luminosa). O restante do elenco (Danny Huston, Toni Collette, Jessica Biel, James D´Arcy) pouco aparece. No final, o filme lembra produções como “Sete Dias com Marilyn”, simpática, mas totalmente esquecível.

A Hora Mais Escura – O novo filme da orcarizada Kathryn Bigelow pode não ter o mesmo senso de entretenimento de “Argo”, mas é muito mais cinema. Com um ritmo tenso, mas longe da edição frenética vigente no cinema de ação, Bigelow narra a caça do governo dos EUA, por meio da vontade de uma mulher (Maya, interpretada com força por Jessica Chastain), ao terrorista Osama Bin Laden. O roteiro é bem construído, e Bigelow imprime peso ao filme e mostra toda sua competência durante o clímax da produção. Com edição e fotografia caprichadas, um elenco de apoio competente e uma resonância histórica que ainda reverbera nos dias de hoje, “A Hora Mais Escura” perdeu visibilidade graças às acusações de que o filme seria pró-tortura. Sim ou não, é uma produção que merecia mais atenção.

Deixe a Luz Acesa – Não existe final feliz no “cinema gay”. Em “Deixe a Luz Acesa”, Ira Sachs conta o início, o meio e o fim do relacionamento entre Erik (o ótimo Thure Lindhardt) e Paul (Zachary Booth). Os dois se amam, mas a relação conturbada é permeada por drogas, sexo e traições. A direção convencional de Sachs e o roteiro elíptico, que de certa forma diminuem a força da história, são compensados pela intensidade das interpretações e por algumas cenas de destruir corações. Mesmo sendo um filme duro que retrata as dificuldades de um relacionamento, “Deixe a Luz Acesa” opta pela melancolia ao invés da tristeza. O final é esperançoso, mas está longe do final feliz das comédias românticas.

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