Scott conseguiu reunir um elenco dos sonhos (Michael Fassbender, Javier Bardem, Brad Pitt, Cameron Diaz, Penélope Cruz), chamou um escritor cheio de respaldo para estrear seu primeiro roteiro escrito diretamente para o cinema (Cormac McCarthy) e, ainda assim, cagou tudo. “O Conselheiro do Crime” é um arremedo de filme que nunca empolga ou começa realmente. Não sabemos o que raio os personagens estão fazendo ali, qual é a merda do plano que está sendo executado ou mesmo o que dá de errado.
Entre cenas e mais cenas que estão mais para esquetes desconexos do que para uma narrativa bem estruturada, acompanhamos um elenco tão perdido quanto o público que o acompanha. Fassbender, de longe, está em seu pior momento. Bardem nem estereotipado consegue ser. Penélope Cruz está apagadíssima da vidíssima, enquanto Brad Pitt pouco faz e Cameron Diaz posa de bitch para fingir poder. Nenhum dos personagens desperta o menor interesse. Nenhum dos atores consegue se salvar diante de um roteiro sem pé nem cabeça nem da direção qualquer nota de Ridley Scott.
Infelizmente, “O Conselheiro do Crime” não explora nem mesmo o lado de esteta audiovisual de Scott. A produção é a mais genérica possível, seja na edição, fotografia e tudo mais. A beleza da mesma se resume aos leopardos que passeiam em algumas cenas. E o choque se resume apenas a uma cena (totalmente gratuita) de Cameron Diaz transando com um carro e Brad Pitt sendo degolado. Muito pouco para um cineasta que já teve tanto a dizer por meio de imagens e sons. Mal para um elenco que já demonstrou ser capaz de muito mais. Pior ainda para o público que acompanha tudo com uma expressão de puro tédio.
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