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Como Você Sabe
– Típico filme que tinha tudo para dar certo, mas morreu na praia. Dirigido e
escrito por James L. Brooks, responsável pelos ótimos “Laços de Ternura” e
“Melhor é Impossível”, e estrelado por um elenco interessante e eclético (Reese
Witherspoon, Paul Rudd, Owen Wilson e Jack Nicholson), “Como Você Sabe” é o melhor
exemplo de como as coisas em Hollywood podem dar errado. Longo e sem graça, a
produção não tem história nenhuma, os personagens não fazem o menor sentido, e
a química entre os atores é inexistente. Na teoria, é uma dramédia com toques
da comédia romântica; na prática, é uma tragédia grega de grandes proporções. Fazendo
um resumão, Reese Whiterspoon é uma mulher em crise profissional que se divide
entre dois homens, com Jack Nicholson se despedindo do cinema em um papel
lastimável. No papel, até parecer ser interessante; na tela, mal dá pra
entender o que está acontecendo.
O Mordomo da Casa
Branca – Sabe-se lá Deus por que, mas esse filme foi bastante elogiado nos
Estados Unidos e rendeu mais de US$ 100 milhões na bilheteria. A produção é um
passeio pela história recente do País visto pelos olhos sem graça de um mordomo
que trabalhou mais de 20 anos na Casa Branca e serviu diversos presidentes (Eisenhower,
Kennedy, Johnson, Nixon, Reagan). Burocrático e cheio de elipses, o filme não é
nada revelador e apenas demonstra a total incompetência de Lee Daniels como cineasta
(o rapaz é responsável pelo exagerado e supervalorizado “Preciosa” e pelo
horroroso “Obsessão”, cujo maior mérito é colocar Nicole Kidman para fazer xixi
no Zac Efron). Entre um acontecimento histórico e outro, acompanhamos o drama
da família do mordomo: a mulher alcoólatra que o trai com o vizinho (Oprah
Winfrey tentando fingir ser boa atriz) e o filho rebelde que resolve seguir o
caminho da luta ao invés da postura conformismo do pai. Para enterrar tudo, o
filme é chato, lento, a dramaticidade é nula, os diálogos são vergonhosos, e a
coisa mais marcante da produção é o festival de caracterizações equivocadas. Forest
Whitaker ganha fácil o prêmio de pior ator no papel mais banana.
Viajar é Preciso
– Paul Rudd e Jennifer Aniston já provaram ter química juntos no ótimo, fofo e
simpático “A Razão do Meu Afeto”. Nessa suposta comédia sem a menor graça, nem
mesmo a química entre o casal se salva. Os dois interpretam um casal nova-iorquino
que perde tudo logo no começo do filme e acaba, por acaso, em uma comunidade
hippie no meio do nada. A trama é sem graça, os personagens são o mais puro
clichê (os coadjuvantes são em sua grande maioria insuportáveis) e nada faz
muito sentido na tela. O que mais chama
a atenção no filme são o botox e o bronzeamento artificial de uma Jennifer
Aniston mal aproveitada e fotografada. Uma das piores coisas que já vi (e olha
que já vi muitas).
Malévola: Da
nova tendência hollywoodiana de adaptar contos de fadas/filmes infantis e
transformá-los em produções mais adultas e violentas (“Alice no País das
Maravilhas”, “Branca de Neve e o Caçador”, “Oz – Mágico e Poderoso”), esse
“Malévola” é o melhorzinho. Não que isso signifique muito. Inundado por efeitos
especiais e sem muito estofo narrativo, o grande mérito desse novo longa é o tom
feminista e a abordagem um tanto subversiva (pelo menos em termos de Disney) de
uma história muito bem enraizada no imaginário coletivo. Outro ponto positivo
é o uso da imagem da superstar Angelina Jolie, uma das maiores estrelas
do cinema mundial e dona de uma filmografia de fazer vergonha. Mesmo não sendo
uma grande atriz, Jolie tem talento e carisma e carrega o longa praticamente
sozinha. A melhor coisa do filme, no entanto, é mesmo o figurino e a
caracterização da atriz.
No Limite do Amanhã:
Tom Cruise já passou dos 50 e há tempos não protagoniza um filme de grande
sucesso. Mas essa nova incursão do astro no gênero da ficção científica (ele já provou que se dá muito com o gênero nos anteriores "Minority Report", "Guerra dos Mundos" e "Oblivion") prova
que ele ainda é capaz de segurar um longa sozinho. Seguindo a proposta
“repetitiva” de produções como “Feitiço do Tempo” e “Contra o Tempo”, o novo
trabalho de Doug Liman (“A Identidade Bourne” e “Sr & Sra Smith”) acerta ao
colocar o ator no papel de um herói involuntário, misturando belas cenas de
ação, humor na medida e uma trama que começa meio sem jeito, mas ganha força
graças à mão firme do diretor e ao carisma de Cruise (muito bem acompanhado por
Emily Blunt). O final é um tanto confuso e tem a boa e velha concessão
hollywoodiana ao happy end, mas é de longe o melhor trabalho de Cruise em
tempos.
A Culpa é das
Estrelas: Esse é o típico filme que tinha tudo para dar errado. É baseado
em um best-seller de qualidade duvidosa e dirigido por um qualquer sem grandes
referências (Josh Boone). E é igual a tantos outros longas açucarados sobre
casais apaixonados que têm que lidar com uma doença terminal (de cara já lembro
de “Doce Novembro” e “Outono em Nova York”). Mas a sorte da produção e do
público é que “A Culpa é das Estrelas” é protagonizado por dois ótimos novos
atores que dão conta do recado. Shailene Woodley e Ansel Elgort são lindos,
ótimos, cheios de química e têm o poder de transformar uma trama clichê e
melosa em um filme fofo e totalmente assistível. Ela traz simpatia e
honestidade ao papel da mocinha que sofre de um câncer terminal. Ele é dono de
uma espontaneidade impressionante e que conquista a plateia logo de cara.
Graças aos dois, a direção pouco inspirada de Boone e a narrativa um tanto
arrastada são devidamente esquecidas. Não
me fez chorar litros como outros “filmes de câncer” (“Laços de Família”, “As
Filhas de Marvin” e “Lado a Lado” são campeões de lágrimas), mas é uma produção
bem decente e que vai além da classificação “filme adolescente feito apenas
para chorar”.