quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dieta Mediterrânea

Existe toda uma tradição de filmes gastronômicos, desses que usam a gastronomia como metáfora para os sentimentos dos personagens: "A Festa de Babette", "Como Água para Chocolate", "Julia & Julie" e por aí vai... O espanhol Dieta Mediterrânea é apenas mais um na multidão e não acrescenta muita coisa a esse tipo de produto. Em ritmo de novelão, o longa demora a acontecer e quando acontece, perde logo a graça.

Em uma cidadezinha qualquer da Espanha, acompanhamos Sofia desde pequena, quando no restaurante dos pais, começa a descobrir seus talentos culinários. Entre um prato e outro, ela se envolve tanto com Toni quanto com Frank. Um vira marido, o outro, amante. E em algum momento, os três vão juntos para a cama e formam um interessante triângulo amoroso. Essa é a melhor parte do longa, quando os três ótimos atores (Olivia Molina, Paco León e Alfonso Bassave) demonstram química, e o filme ganha impulso.

Mas até que isso aconteça, é muito lenga lenga. E a direção nada empolgante de Joaquín Oristrell também não ajuda. Além do filme trazer uma péssima narração em off totalmente inadequada, Oristrell dirige demais o que poderia ser simples e mais eficiente. Entre efeitos de edição de quinta e um ritmo frouxo, Dieta Mediterrânea se perde e se arrasta mais do que deveria.

Ainda assim, a química entre Molina, León e Bassave se destaca e consegue impor certa dignidade ao longa, principalmente quando o equilíbrio entre o triângulo começa a ruir. Talento, carisma e beleza podem salvar um filme do desastre, e "Dieta Mediterrânea" é a prova disso. Não que a produção seja ruim, alguns situação são bem engraçadas e outras dramaticamente satisfatórias. O problema é que tudo cai por terra graças à falta de alguém mais talentoso no comando do filme.

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