Seguindo a lógica das listas pop, no qual escolhemos os melhores filmes, músicas, videoclipes e tudo o mais que merece ser “rankiado”, 2011 não entraria na minha lista de melhores anos. Foi estranho e não vai deixar saudade. Tempos de desemprego não ajudam quando eu me lembro desses 12 meses que passaram voando e não deixaram muitas marcas. Aliás, até deixaram, mas marcas não muito boas. Em algum momento, o emprego chegou, mas muita coisa ainda não...
Então quando olho para trás, vejo um 2011 de muito sexo causal e quase nenhum envolvimento, algo que adio, sem muita esperança, é verdade, para 2012. Foi um ano de perder tempo com gente que, definitivamente, não merece meu tempo. Foi um ano de quebrar a cara nas poucas vezes que me senti empolgado por algo ou alguém. “É a vida”, dirão alguns. “Que bosta então”, digo eu!
Se a vida real não foi lá essas coisas, o mundo pop também deixou a desejar. 2011 foi um ano de muitas séries, mas pouquíssimos filmes. Nunca deixei tanto de ver filmes, trocando os mesmos por seriados, músicas, sono ou sexo fácil. Agora, em pleno dezembro, poucos parecem ter ficado na minha memória. Kirsten Dunst deprimida e o mundo se acabando em Melancolia é o filme que, talvez, mais tenha chamado minha atenção. Um Woody Allen ali, um Pedro Almodóvar acolá, um Terrence Malick sonolento aqui e o ano cinematográfico chega ao fim com um saldo bem negativo.
Pensando ao meu favor, devo dizer que, por mais que eu ame cinema, não tenho mais idade, vontade, nem paciência para perder tempo saindo de casa para assistir a “Transformers 3”, “Velozes e Furiosos 5”, “LanternaVerde” ou mais uma penca de blockbusters barulhentos e sem graça. Simplesmente não mereço isso e tenho mais o que fazer da minha vida. Então fiquei cinematograficamente seletivo e só vejo filme ruim no cinema se ele tiver algum atrativo (tipo a presença da Michelle Pfeiffer, como na hecatombe fílmica “Noite de Ano Novo”).
Se poucos filmes eu vi, muitas séries eu vivi. Nunca fui de acompanhar regularmente seriados. Quando os vi, assistia esporadicamente na televisão ou em forma de maratona em DVD, depois que o seriado já tinha acabado. Mas em 2011, surtei e abracei as narrativas seriadas enlatadas e norte-americanas sem medo de ser feliz. Dexter, True Blood, The Walking Dead, Hung e Glee são remanescentes de anos anteriores.
O resto foi novidade. Conheci e, logo em seguida, me despedi de Tara, a melhor mãe de família com múltipla personalidade da televisão (United States of Tara). No lugar de Tara, entrou Amy, a louca, chata, ridícula e perdida da ótima Enlightened. Comecei a ver Game of Thrones sem muita empolgação e sem entender muito o que se passava na minha frente. Cabeças de cavalo cortadas e tramas palacianas de lado, só me deixei levar pelo seriado quando dragões apareceram no episódio final, me deixando com certa vontade de acompanhar a segunda temporada que estreia em 2012. Já a histeria de American Horror Story me conquistou logo de cara (o corpo em cima e sempre à mostra de Dylan McDermott ajudou, devo admitir!).
Entre os poucos filmes e as muitas séries, ouvi muita música e fui a alguns shows. De novidades musicais na minha vida, destacaria o The XX, The National, Cut Copy, Future Islands e acho que só. Preguiça cada vez maior de me dedicar a coisas novas. Deve ser coisa da idade.
De shows, não fui a muitos, mas me comovi vendo a beleza do The National ao vivo e me decepcionei com a frieza do Ladytron. O show do U2 foi grandiosidade e tecnologia pura, de cair o queixo, mas sou mais intimista, então fiquei mais impressionado com a delicadeza do The Kings of Convenience ao vivo. A apresentação do Primal Scream foi histórica, é verdade, mas ver dois shows do Interpol no mesmo final de semana não tem preço (até tem, bem caro, diga-se de passagem!) e ninguém supera. Nesse meio tempo, ainda teve Strokes, Goldfrapp e Guillemots.
2011 entra para minha história como um ano bem pouco memorável (ou não, talvez eu esteja exagerando e o distanciamento me faça perceber que ele foi um ano ok). Dizer que foram poucas emoções seria minimizar bons momentos de amigos que vieram de longe, por exemplo, de alguns filmes que me fizeram rir ou chorar, de músicas que me fizeram acreditar ou simplesmente dançar. Mas o ano termina com aquela sensação de que muita coisa não aconteceu e vai ficar para depois. Mas acho que isso deve ser normal. Ou não?
Então que venha 2012, com mais séries e filmes, mais músicas e shows, menos sexo casual e mais envolvimento. Menos nostalgia e melancolia e mais vontade. Mais diversão e menos tempo ocioso. Um trabalho mais promissor e horas de sono mais bem dormidas. Mais vivência e menos ilusões. Que esse 2012 chegue logo, com expectativas na medida certa! Se não acontecer, tudo bem. Sempre podemos esperar 2013, 2014...
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Vou apostar em 2012 com você. Esse 2011 para mim acabou ontem. Beijos.
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