A trama não poderia ser mais óbvia: família acha que vai resolver todos os seus problemas ao se mudar para uma nova casa, uma mansão que, claro, é mal assombrada. Se a criatividade passa longe da premissa da série, a realização deixa de lado toda a obviedade do plot e aposta em histeria, personagens excêntricos, enquadramentos de câmera inusitados, edição de primeira e trilha sonora inspirada (das músicas pop ao reaproveitamento da trilha musical de “Drácula de Bram Stoker”). É um exemplo do que a televisão norte-americana consegue fazer atualmente, misturando sustos, temas polêmicos, sexo, mortes e muito sangue sem o menor pudor.
Criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk (“Glee” e “Nip/Tuck”), a série tem dividido opiniões. Alguns acham tudo um absurdo sem sentido e que apela para o mau gosto. Outros embarcam sem medo na trama que vai e volta no tempo para mostrar a história de assassinatos que marca o passado da mansão e, agora, assombra a família Harmon (o pai Dylan McDermott, a mãe Connie Britton e a filha adolescente Taissa Farmiga). Homens com roupas de borracha, enfermeiras assassinadas, abortos, um cosplay de Duas Caras, uma vizinha louca (Jessica Lange no auge da caricatura), um adolescente responsável por um massacre em massa no colégio, uma governanta um tanto estranha e muitas e muitas aberrações se misturam e deixam o espectador confuso sobre quem está vivo ou morto, o que é real ou pura alucinação.
A cada novo episódio, os mistérios vão sendo resolvidos e a série ganha um tom mais histérico e que deixa tudo ainda mais divertido e envolvente. Com a primeira temporada de 12 episódios chegando ao fim e recheada de gente boa no elenco (Frances Conroy, Denis O´Hare, Kate Mara, Zachary Quinto e outros tantos), American Horror Story não tem a mesma seriedade de “The Walking Dead” ou o mesmo deboche de “True Blood”, mas caminha muito bem pela trilha do meio termo. Eu virei fã.
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