segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Cinema: pílulas

 
 
007 – Operação Skyfall – Oscar de melhor macho alfa para Daniel Craig, por favor. Nunca fui muito fã de James Bond, mas o ator loiro, meio feio, mas encorpado e elegante me fez rever todos os conceitos sobre o agente secreto (o que diz muito sobre meus critérios de avaliação cinematográfica). Na terceira vez que Craig encarna Bond, o ator continua forte, viril, frio e sexy, ganhando o reforço de uma trama mais elaborada e emocional. A direção autoral de Sam Mendes também eleva a experiência e dá certa sofisticação à franquia. 007 – Operação Skyfall é um dos filmes visualmente mais interessantes do agente e é o mais próximo de “Arte” que o agente vai chegar um dia. E isso é um elogio. Javier Bardem, Judi Dench e Ralph Fiennes no elenco só melhoram tudo.
 
As Vantagens de Ser Invisível – Típico filme indie fofo sobre gente deslocada. Ou seja, não tem como não amar. A trama gira em torno de um adolescente meio problemático que não sabe muito bem qual seu lugar no mundo. Até que o rapaz se encontra um pouco ao conhecer dois outros adolescentes tão deslocados quanto ele. O elenco é uma graça (Logan Lerman, Emma Watson e Ezra Miller se saem muito bem em seus papéis), o roteiro é emocionante e a trilha sonora é uma coisa. A síntese do filme é a cena em que os três ouvem pela primeira vez “Heroes”, do David Bowie, em uma época em que saber de quem era uma música não era tão simples como usar um aplicativo.
Laurence Anyways – O cinema de Xavier Dolan, um jovem canadense metido a besta, sempre foi afetado e pretensioso. Mas “Eu matei minha mãe” e “Amores Imaginários” tinham algum frescor e ingenuidade que, de certa forma, minimizavam a direção “estou fazendo ARTE” que o rapaz costuma empregar aos filmes. Em Laurence Anyways, terceiro longa do moço, a coisa desanda de um jeito que meu deus. São três horas de masturbação intelectual para narrar a história de um rapaz que resolve virar moça, isso sem a melhor explicação. Sem um roteiro descente e com um ator principal (Melvil Poupaud) que não imprime o menor carisma ao papel, resta ao público aguentar a direção descolada de Dolan. "Laurence Anyways" vira então um filme todo trabalhado na trilha sonora cool e em cenas em câmera lenta que gritam arrogância e simbolismos clichês. Se durasse 1h30, até suportaríamos a pretensão do jovem autor. Mas três horas de cenas absurdinhas e vazias é demais. Haja paciência!

Um comentário:

  1. Fábio eu te adoro. Não é todo mundo que pode se dar ao luxo de precisar explicar "e isso é um elogio" e ainda assim continuar fofo. Beijos.

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