terça-feira, 4 de junho de 2013

Cinema: Pílulas

Indomável Sonhadora: Dos longas indicados ao Oscar de melhor filme esse ano, deixei passar este, que só vi agora perdido em algum torrent da vida. Sorte minha não ter visto nos cinemas, porque a probabilidade deu me levantar e ir embora era grande. De longe, um dos filmes mais constrangedores que já vi, a produção é uma ode à pobreza disfarçada de poesia audiovisual. Com um visual sujinho e um pé no grotesco, o longa (indicado a melhor filme, direção, roteiro adaptado e atriz) lança suas lentes na relação entre um pai e uma filha que sobrevivem em um algum pântano imundo em New Orleans. Me chamem de reacionário, mas achei tudo um lixo, salvo um pouco apenas pela atuação carismática da menina de nome impronunciável, que pode até ser fofa mas não merecia mesmo ser indicada à categoria de melhor atriz. Consegue ser pior do que “Lincoln” e “Os Miseráveis” juntos, o que não é pouco para uma produção com menos de 90 minutos.

O Lugar Onde Tudo Termina: A melhor coisa desse longa que coloca na mesma tela os deuses do Olimpo Bradley Cooper e Ryan Gosling é o fato dele subverter a expectativa do público não apenas uma, mas duas vezes. Em duas horas e 20 minutos, o cineasta Derek Cianfrance deixa de lado o drama amoroso de “Blue Valentine” e aposta suas fichas nessa trama criminal e familiar que mistura tragédia e destino em três diferentes atos. Ryan Gosling é um motoqueiro de cabeleira descolorida que acaba se envolvendo com o crime e Eva Mendes; Bradley Cooper é um policial exemplar e bom moço que se torna um herói e se mete com corrupção e política; e o espectador vai acompanhando a câmera dinâmica e o olhar aguçado de Cianfrance para registrar a dor desses personagens destinados a sofrer. A duração é um tanto longa, e os diferentes atos são irregulares, mas o filme tem peso. Além do abdome do Ryan Gosling, prestem atenção em Dane DeHaan, a cara de Leonardo DiCaprio quando este apareceu no cinema.

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