terça-feira, 25 de maio de 2010

Julianne Moore em suposto thriller sensual


Chega a ser constrangedor ver uma atriz do nível de Julianne Moore desperdiçando seu talento em algo tão medíocre quanto O Preço da Traição. A única razão que nos leva a crer que ela aceitou fazer o filme foi o simples fato de ter sido dirigida pelo cineasta egípcio, radicado no Canadá, Atom Egoyan, que já foi inclusive indicado ao Oscar ("O Doce Amanhã"). Mas a julgar pelo resultado da empreitada, a atriz fez uma péssima escolha.

Egoyan, supostamente achando que poderia deixar o filme nas rédeas de seus atores - além de Moore, Liam Neeson e Amanda Seyfried ("Mamma Mia") pagam mico aqui -, constrói um sub "Atração Fatal", um sub "Corpos Ardentes" ou um sub "Dormindo com o Inimigo", a depender das suas referências cinematográficas. "O Preço da Traição" nada mais é, então, do que um sub qualquer suspense de quinta que chama a atenção por causa da presença de atores conhecidos.

Para tentar minimizar o estrago, o diretor ambienta o filme em cenários luxuosos, sempre apontando a câmera em angulações classudas para seus personagens. A mise-en-scène bem composta só reforça a fraqueza da trama. O resultado final soa tão falso quanto os efeitos sonoros que acompanham os saltos-alto de Moore que pontuam todo o filme.

Mas as opções estéticas e o roteiro chauvinista nem chegam a ser o maior problema aqui. Se a produção se assumisse como um pastiche, até que o longa poderia passar incólume. Mas o pecado capital de "O Preço da Traição" é se levar a sério demais. Isso o joga direto no fundo do poço dos filmes medíocres. Da trilha musical pretensiosa, passando pela encenação sofisticada, tudo leva a produção para o buraco, e nem um thriller sensual, sexual ou coisa que o valha o longa consegue ser.  

Um comentário:

  1. As vezes a J.M se joga mesmo.
    Ja a Amanda Seyfried, ta certissima em sair dos Seriados.

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