quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita

Não sou fã do gênero western, nem posso afirmar que os irmãos Coen estejam entre meus cineastas favoritos, muito pelo contrário, não tenho muita paciência para eles. Mas não dá para negar que Bravura Indômita tenha seu valor. É um western digno, com todos os elementos que fizerem o sucesso do gênero: homens aparentemente brutos que demonstram ter coração, duelos e mais duelos, vingança, muito sol nascendo ao horizonte e mais um punhado de clichês.

Baseado em um livro já adaptado para o cinema em 1900 e antigamente e com John Wayne como protagonista, a história de uma garota de 14 anos que quer vingar a morte injusta do pai ganha uma nova roupagem com Jeff Bridges, Matt Damon, Josh Brolin, a revelação Hailee Steinfeld e o tal apuro narrativo dos irmãos Coen por trás das câmeras.

É um filme elegante e bem produzido, filmado com o requinte habitual dos Coen depois que os cineastas deixaram de ser malditos e abraçaram o mainstream. Correto, "Bravura Indômita" funciona como uma produção de aventura, mas não deixa de ser um certo exagero indicá-lo para 10 Oscar. A fotografia é bonita, mas convencional. A direção de arte é correta, mas não deixa marcas. A atuação de Jeff Bridges é ok, mas não empolga (sua indicação a melhor ator parte mais de seu poder dentro do star system do que propriamente por merecimento). E por aí vaí.

Entre tiros e mortes, o filme demora um pouco a engrenar, mas vai ganhando força a medida em que a trama vai se desenvolvendo. Talvez o maior acerto desta adaptação dos Coen seja a opção dos cineastas não tentarem revolucionar um gênero que fez sua fama graças a vários elementos tradicionais. É aí que reside seu mérito. Único mérito.

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