A nova produção de Tom Cruise, do diretor Joseph Kosinski (que cobriu de neon a continuação do clássico “Tron”), foi o primeiro a estrear e não disse a que veio. A bilheteria de Oblivion foi ok, as críticas idem e o filme logo caiu no esquecimento. O longa protagonizado por Will Smith não teve tanta sorte, e Depois da Terra foi cuspido pela crítica, bombando feio nas bilheterias e afundando de vez a carreira do cineasta M. Night Shyamalan.
Depois, tanto Star Trek, Além da Escuridão como Círculo de Fogo conseguiram alguns elogios, bilheterias razoáveis, mas deixaram a desejar em virtude das expectativas criadas. O primeiro mostrou mais uma vez a competência de JJ Abrams na condução da construção de uma nova mitologia para a celebrada série, mas ficou devendo em empolgação. O segundo era tido com uma tábua de salvação do cinema gigante dos dias de hoje, indústria, arte e conceito de mãos dadas, mas também ficou em cima do muro.
Nesse contexto desolador, o aguardado novo trabalho de Neill Blomkamp (que foi revelado ao mundo no ótimo “Distrito 9”, indicado, inclusive, ao Oscar de melhor filme) estreou e... mais uma decepção. A bilheteria não empolgou e as críticas não perdoaram a falta de ritmo e a profusão de clichês do roteiro.
A história segue a linha pobres x ricos, empregando certo cunho social à produção. De um lado, os pobres (todos com caras de latinos e falando espanhol) vivem em um planeta Terra arrasado e com cara de favelão. Do outro, os ricos (brancos, de olhos claros e falando francês) moram em Elysium, um satélite que habita a órbita da Terra e é livre de mazelas e doenças.
Em meio ao caos e desordem e alguns flashbacks bem clichês, somos apresentados ao personagem de Matt Damon, um ex-condenado que vira herói à força. No meio da história, ainda temos os brasileiros Alice Braga e Wagner Moura, o mexicano Diego Luna, o sul-africano Sharlto Copley e a perdida Jodie Foster, todos com muito pouco a fazer perante a confusão do material.
Apesar da premissa inicial interessante e de algumas cenas de ação bem coreografadas e editadas, Elysium peca por nunca desenvolver a contento suas intenções. Blomkamp aposta em soluções fáceis e entrega uma metade final que vai abandonando as propostas inicialmente levantadas por um corre-corre mais do mesmo. O resultado não chega a ser uma tragédia, mas é bem aquém do nome dos envolvidos.
E a salvação está toda nos ombros de Alfonso Cuarón. Bastante elogiado pela crítica e com uma ótima campanha de marketing, Gravidade chega aos cinemas no início de outubro tentando limpar a barra do gênero ficção científica em um ano que prometia, mas ficou devendo.
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