Dirigido com precisão por James Wan (o cara responsável pelo aquele horror, no mal sentido, que é a série “Jogos Mortais”), o filme se apoia no ótimo desenho sonoro, coisa de suma importância em uma produção do gênero, e na estrutura e recursos narrativos que apostam na verossimilhança, até porque o longa é inspirado em fatos reais. De quebra, ainda temos um ótimo elenco liderado por Patrick Wilson e Vera Farmiga e com uma atuação emocional de Lily Taylor. Pode não ter o peso de um “O Exorcista”, mas tem força suficiente para deixar qualquer um tenso grudado na poltrona do cinema.
Lovelace: É uma pena que um tema tão fértil tenha rendido um filme tão em cima do muro. Não que “Lovelace” seja um longa ruim, mas flertando com temas polêmicos como indústria pornográfica e abuso físico e psicológico, o resultado final está longe de ser um Boogie Nights da vida, por exemplo.
O filme dos cineastas Rob Epstein e Jeffrey Friedman, mais acostumados à linguagem documental, traz um elenco recheado de subestrelas (Eric Roberts, Hank Azaria, Robert Patrick, Chloe Sevigny, James Franco, Adam Brody, Chris Noth, Wes Bentley e por aí vai) para narrar como Linda Boreman se tornou Linda Lovelace, protagonista do pornô de maior bilheteria da história.
A estrutura é até interessante: primeiro acompanhamos o estrelato de Lovelace, para depois voltarmos no tempo e vermos as mesmas cenas em outra perspectiva, mostrando como a atriz sofria com os abusos do marido (interpretado da forma mais maniqueísta possível por Peter Sarsgaard). A mãe (interpretada sem muita força por uma Sharon Stone bastante envelhecida) também desempenha papel importante na vida da atriz, já que, segundo a própria Lovelace, ela foi criada para obedecer ao marido.
Ainda que seja filmado sem muito impacto e desperte pouca empatia no espectador, o filme vale pela atuação carismática de Amanda Seyfried.
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