Dirigido de forma esquizofrênica por Luc Besson, que nunca se decide entre o tom de comédia de costume, comédia de humor negro ou filme de máfia violentíssimo, “A Família” começa, vai se desenrolando diante dos seus olhos, termina, mas nunca diz a que veio. Ora com cara de um arremedo genérico de produções como “Máfia no Divã”, ora parecendo um filme dirigido por um Guy Ritchie da segunda divisão, o longa é aquele produto que até diverte um pouco quem não for nada exigente, mas nunca realmente chega perto de cumprir o prometido.
Há algumas cenas que se destacam: Robert De Niro em um cineclube assistindo ao clássico “Os Bons Companheiros”; Michelle Pfeiffer colocando fogo em um mercadinho; ou a chegada dos gângsteres na cidade ao som de Gorillaz. Mas é isso, tudo sem grande impacto e perdido em meio a subtramas e mais subtramas desnecessárias: o problema hidráulico da casa, a paixonite que a filha (Dianna Agron) tem pelo professor substituto de matemática (lindo, diga-se de passagem), o livro que o personagem de De Niro está escrevendo. Tudo conectado da forma mais previsível possível em um roteiro qualquer nota que, às vezes, é salvo pela edição e por algumas boas sacadas visuais.
Em tempo, o filme é sobre uma família de mafiosos que dedurou seus chefes e agora pula de cidade em cidade sendo protegidos pelo FBI. Poderia ser um bom thriller, um bom drama, uma boa comédia sobre os quatro se adequando à nova realidade e costumes franceses (os franceses no filme, aliás, são todos o mais puro estereótipo), mas não é nada disso, é apenas mais um longa que vai entrar no catálogo do Netflix e ninguém vai se importar de assistir ou não assistir.
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