Questão de Tempo – A vida seria bem mais fácil se fosse igual
ao novo trabalho de Richard Curtis: meio doce, meio melancólica e absolutamente
sem conflitos. Essa é a sensação que o espectador fica ao final de Questão de Tempo.
Nada realmente abala a vida de Tim (Domhnall Gleeson) depois que ele descobre
que pode viajar no tempo. De cara, ele conquista a mulher dos seus sonhos (uma
insossa Rachel McAdams), casa com ela, tem filhos e evita uma tragédia aqui e
uma bobagem ali por causa de seus poderes. Depois de escrever os ótimos “Quatro
Casamentos e um Funeral”, “Um Lugar Chamado Notting Hill”, os filmes da Bridget
Jones e dirigir “Simplesmente Amor”, Richard Curtis opta pela zona de conforto nesse
bonitinho novo trabalho. O filme passa leve e faz o espectador sorrir e se
emocionar algumas vezes, mas a comédia romântica é embalada em tom pastel e carece
de energia e charme graças a um roteiro acomodado e sem surpresas. Toda vez que algo
insinua abalar o mundo de Tim, ele vai lá, volta no tempo e pronto. Tudo é
muito fácil. Tudo é possível. Mas nada realmente empolga.
Álbum de Família – Filmes sobre famílias disfuncionais
não são novidades e são encontrados aos montes por aí (“As Filhas de Marvin”, “Terras
Perdidas” são alguns exemplos). Esse novo exemplar do “gênero” chama a atenção
logo de cara pelo desfile de rostos conhecidos e por ser uma adaptação de uma
peça teatral ganhadora de vários prêmios. Mas tirando o pedigree do elenco e do
texto, Álbum de
Família deixa a desejar graças a uma direção pesada (de um tal de John
Wells) e um roteiro burocrático (adaptado pelo próprio autor da peça). O longa
em si é uma grande discussão entre todos os membros de uma família reunida após
o sumiço do patriarca. Todos têm que lidar com algum segredo e convivem com dramas
pessoais prestes a explodir na próxima mesa de jantar. Meryl Streep balbucia ofensas de
um lado; Julia Roberts berra impropérios do outro. O espectador assiste a tudo
de camarote, mas sem grandes interesses. O resultado é um trabalho que traz
algumas cenas isoladas memoráveis em um conjunto mal amarrado e falho. Os atores estão
bem, mas a produção grita pretensão, e todos interpretam demais personagens que
poderiam ser gente como a gente se tudo não fosse tão planejado e ensaiado para
soar importante, grave e solene.terça-feira, 7 de janeiro de 2014
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