Philomena: Só fui ver “Philomena” porque o filme foi indicado ao Oscar. Gosto do diretor, acho a Judi Dench uma atriz simpática, mas a trama de uma velhinha que quer reencontrar o filho perdido há 50 anos não me dizia muito. O longa, no entanto, me conquistou com sua simplicidade e honestidade. Dirigido de forma quase banal por Stephen Frears, com um roteiro muito bem amarrado e uma atuação super carismática de Dench (amparada por um também simpático Steve Coogan), “Philomena” pode ser simples, mas conquista por abraçar sem reservas uma vertente emocional do cinema. É cinema para chorar e elevar a alma, mas muito bem feito e com direito a alfinetadas a Igreja Católica.
Trapaça: Não vi nada demais nesse filme que ganhou 10 indicações ao Oscar. Isso mesmo: 10 indicações (filme, diretor, roteiro, 4 indicações para os atores e muito mais) para um cinema de perucas, penteados, roupas extravagantes, cores berrantes e quase vazio de qualidades. Não me interpretem mal. “Trapaça” não é um filme ruim, mas nunca empolga e jamais decola. É tipo cinema caretinha, feito para divertir e não ofender ninguém. O roteiro é confuso, e a trama nunca parece se desenvolver. Os atores são bons, mas trabalham muito mais a caracterização do que os sentimentos das personagens (a exceção é Amy Adams, mas que fica prejudicada porque sua personagem muitas vezes assume uma função quase de bibelô na narrativa). David O´Russell, que sempre foi um bom diretor, prova que a cada trabalho parece mais perto de ser um operário padrão hollywoodiano e mais longe do cineasta original de “Três Reis”. Uma pena. Típico exemplo de muito, muito barulho por nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário