terça-feira, 27 de maio de 2014

Televisão: The Normal Heart

The Normal Heart faz “Clube de Compras Dallas” parecer uma obra-prima do cinema. Com temática bastante semelhante ao filme que deu a Matthew McConaughey e Jared Leto o Oscar, a produção da HBO Filmes faz jus ao termo “filme feito para TV”, quando isso não era elogio. Mal escrito, mal dirigido e mal editado, o longa pega uma história forte e comovente e transforma em um dramalhão sem dramaticidade alguma.

O filme começa no início dos anos 1980, quando ser gay, segundo o próprio longa, era sinônimo de sexo fácil, orgias, promiscuidade e liberdade sexual. Até que uma doença desconhecida começou a mudar esse cenário. Gays começaram a apresentar sintomas e morrer, alarmando a comunidade para o chamado “câncer gay”. “The Normal Heart” coloca em foco então um grupo de gays que tenta chamar a atenção das autoridades, na época omissas, à questão. Liderados por Ned Weeks (Mark Ruffalo) e Bruce Niles (Taylor Kitsch), esse grupo se divide entre a liberdade sexual alcançada e o medo de morrer, já que, na época, não se sabia como a doença era transmitida.

O dilema dos personagens é o mesmo da produção, que não esconde sua posição conservadora, assumindo a mesma voz de Ned Weeks, contrário a tal promiscuidade e a favor do celibato e/ou monogamia como forma de proteção. É por meio do olhar do personagem que acompanhamos a jornada dessas pessoas e a trajetória de uma doença que virou praga mundial. Mas o filme, claro, está menos preocupado em ser um retrato histórico e mais interessado no drama do personagem central, que se divide entre fazer, aos berros, a AIDS ser reconhecida pelo governo e cuidar do seu parceiro doente (Matt Bomer).  

Dirigido por Ryan Murphy, que não fez sua fama baseado na sutileza (vide “Glee”, “American Horror Story” e seus irregulares trabalhos para o cinema: “Correndo com Tesouras” e “Comer, Rezar, Amar”), “The Normal Heart” é um grande anticlímax em forma de filme. As cenas são mal costuradas, a narrativa truncada não se desenvolve, e os personagens são mal escritos, não dando muito espaço aos atores: Julia Roberts tem uma grande cena; Taylor Kistch e Jim Parsons tem muito pouco a fazer.

Mas Mark Ruffalo é o pior em cena. Ele pode até ganhar todos os prêmios de televisão daqui pra frente, mas o ator constrói um personagem chato, raso e sem um pingo de carisma, quase uma bicha louca que passa o filme inteiro com raiva e gritando.

O discurso panfletário do filme não ajuda. As frases são clichês, e os atores ficam muitas vezes engessados pelo formato teatral da peça que originou o longa. O resultado beira o constrangedor, desperdiçando uma grande história em uma produção que não causa impacto ou desperta emoção no espectador (com exceção de uma cena aqui outra ali). Muita pouco para uma produção tão cheia de pretensões.

PS: Sobre a descoberta da AIDS e a sua repercussão, outro telefilme bem mais interessante é o pouco visto E a Vida Continua. Fica a dica.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Cinema: X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

 
A saga dos X-Men no cinema é a mais irregular possível. E a saga dos X-Men no cinema é a melhor de todas. Mesmo não mantendo o equilíbrio entre uma produção e outra e, muitas vezes, errando ao alterar as tramas dos quadrinhos e reescrever a história dos personagens, os mutantes são os mais interessantes da já saturada leva de filmes de super-heróis. O mérito é dos próprios personagens (sejam eles heróis ou vilões) e daqueles que conseguiram manter a essência das histórias na tela grande, ainda que muitas modificações incomodem e/ou não se justifiquem (Raven e Xavier amigos de infância, really?).

X-Men: Dias de um Futuro Esquecido é inspirado em uma das melhores tramas do grupo e traz de volta ao comando da saga Bryan Singer, dono do melhor longa da franquia (“X-Men 2”). O resultado é um belo filme que consegue amarrar a trilogia original ao ótimo prequel que conta o nascimento na equipe. Claro que o longa tem seus problemas, mas o conceito dele segue direitinho a lógica dos quadrinhos e funciona muito bem na tela grande. Se não supera as expectativas criadas pela massiva campanha de marketing ou pela própria trajetória dos heróis no cinema, está bem longe de ser um vexame (vide “X-Men: O Conflito Final” ou os filmes-solo do Wolverine).

Singer, que não dirigiu uma só boa produção depois de ter abandonado os mutantes, assume à cadeira de diretor, coloca ordem na casa e recupera parte do seu prestígio perdido em filmes como “Superman – O Retorno” e “Jack, o Caçador de Gigantes”. O cineasta mistura muito bem um tom mais melancólico característico dos heróis vistos como párias e/ou algozes com uma pegada épica que casa com a grandiosidade das cenas de ação.

Nesse embate entre conteúdo e espetáculo, quem ganha são os fãs e o espectador comum. “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” é nostálgico, épico, emocionante, avassalador, complexo e muito bem realizado. A trama que gira em torno de viagens no tempo (a história original inspirou nada menos que James Cameron a criar “O Exterminador do Futuro”) poderia resultar em uma bagunça só no cinema, mas Singer mantém o controle mesmo nos momentos em que o filme escorrega (nunca é explicado, por exemplo, de onde Kitty Pride conseguiu poderes para manipular consciências no tempo/espaço).

As cenas de ação e destruição são muito bem orquestradas. O elenco cheio de rostos conhecidos do passado e novos nomes (com destaque para o Mercúrio de Evan Peters, dono da melhor cena de ação do longa) dá conta do recado e é responsável pelo coração e carga dramática do filme. E a narrativa, ainda que privilegie os eventos que acontecem no passado, consegue balancear muito bem os muitos elementos que tomam conta das 2h11 de duração. A fotografia aqui também ganha destaque em cenas de sombras, luzes, silhuetas e formas que ajudam e muito a plateia a entender os personagens.

E em meio a batalhas, explosões, efeitos especiais, uniformes, sentinelas, passado, futuro, mortes e renascimentos, os mutantes são a grande força da franquia. Ainda que as produções não estejam no mesmo patamar de perfeição de outras séries de super-heróis (a direção de arte e os figurinos muitas vezes aparentam ser fakes) e o tom fantástico vá de encontro ao realismo adotado nos filmes da DC Comics, por exemplo, são os conflitos emocionais dos personagens que tornam a franquia tão interessante. Mais do que deuses ou heróis e vilões com super-poderes, os mutantes estão mais próximos de nós graças a questões importantes que permeiam todas suas histórias: preconceito, intolerância e medo.

São mutantes demais, é verdade, alguns com pouco ou quase nada a fazer. O final é muito amarradinho e explicativo (a HQ termina de modo totalmente aberto). Mas quem se importa? Resumindo, já quero ver X-Men: Apocalipse, que estreia em maio de 2016.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Cinema: Praia do Futuro

 

Karim Ainouz é meu cineasta nacional predileto. Ele constrói imagens e filma palavras e silêncios de um modo que me diz muito. Cada um a sua maneira, “O Céu de Suely”, “Viajo porque te amo, volto porque preciso” e “Abismo Prateado” são experiências cinematográficas bem íntimas para mim. Dono de um olhar poético nada prepotente, Ainouz está interessado em personagens em estado de inquietação e desconforto. Existe certo descontentamento em seu cinema e na fala de seus protagonistas, sempre em processo de fuga, ainda que geralmente fugas subjetivas.
 
O novo trabalho do cineasta, Praia do Futuro, segue caminho semelhante. Cheio de elipses e quase momentos mortos, aqui Ainouz dá mais força às imagens do que às palavras, pouco é dito pelos personagens e muito está implícito em seus gestos e olhares.
 
Saltando no tempo para estabelecer a trama, o cineasta separa sua história em três capítulos para mostrar o relacionamento entre um salva-vidas e um alemão de passagem por Fortaleza. Menos preocupado em dissecar o envolvimento entre os dois, Ainouz prefere explorar momentos importantes para tentar compreender tal sentimento. Donato (em uma atuação corajosa de Wagner Moura) conhece Konrad (um Clemens Schick dono de um par de olhos azuis de abalar estruturas) e muda sua vida, abandona a família em Fortaleza e vai se aventurar em Berlim.
A trama banal se revela e ganha camadas no modo delicado como o diretor filma essa relação e suas consequências. Algumas cenas ganham mais pela plasticidade e força das imagens, compensando certo despojamento de um roteiro que não se prende à lógica de tudo explicar e/ou mostrar: os dois seminus em meio às pedras e ao mar; tudo que é não dito na intensa cena do trem, seguida pela alegria dos dois na boate; o explosivo reencontro dos irmãos; o final em meio a uma imensidão desoladora e uma narração em off cheia de significados etc.
Semelhante a seus trabalhos anteriores, em “Praia do Futuro”, os espaços também são importantes elementos narrativos. Em “O Céu de Suely”, a cidade do interior em que a personagem está presa é fundamental para determinar a inquietude da personagem. O deslocamento vivido pelo caminhoneiro de “Viajo porque te amo, volto porque preciso” e o próprio modo como o longa é filmado são essenciais para a estrutura do filme. E em “Abismo Prateado”, o Rio de Janeiro é um espectador a mais da decadência que Alessandra Negrini sofre após ser abandonada pelo marido. Aqui, tanto Fortaleza quanto Berlim são partes da história e importantes para entender o comportamento dos personagens.
Flertando com o pop (a estrutura capitular, o apelidos dos personagens e a bela trilha sonora), em “Praia do Futuro”, Ainouz segue fazendo um cinema interessante, poético, contemplativo, envolvente e autoral. Tudo isso fugindo do padrão chato, panfletário e/ou amador tão comum ao nosso cinema. Sim, Karim Ainouz é meu diretor brasileiro preferido.
 

 

 

terça-feira, 20 de maio de 2014

Cinema: Sob a Pele

Sob a Pele é um filme bem interessante. Mesmo não apostando em uma trama amarrada, o novo filme de Jonathan Glazer (“Sexy Beast” e “Reencarnação”) parte de uma narrativa bastante solta para criar clima e buscar a experimentação. Para alguns, o longa pode ser bem chato, mas é um belo exercício audiovisual.
 
O pouco de trama que o filme apresenta é o suficiente para despertar a atenção do público: Scarlett Johansson é uma alienígena que atrai homens solitários para a morte nas gélidas paisagens da Holanda. E passamos grande parte da duração da película acompanhando a atriz (ora sensual e simpática, ora nua, ora meio catatônica) procurando novas pressas.
 
Mas ainda que a narratividade seja bem repetitiva, Glazer cria imagens sedutoras que intrigam e incomodam o espectador (a cena da praia em especial). A trilha sonora ajuda na construção desse clima um tanto desolador, ora apelando quase à cacofonia, ora casando à perfeição com a frieza das imagens.
Em alguns momentos, Glazer flerta quase com o ridículo e, mesmo não se preocupando em responder perguntas, sai-se muito bem ao dar mais atenção à plasticidade da produção do que às peripécias da trama (e quando se volta à história, dando uma virada na forma como a personagem da alienígena se comporta, quase se perde).
Parte desse olhar menos preso à narrativa de Glazer é decorrente de sua experiência como diretor de videoclipes. Junto com Spike Jonze, David Fincher, Mark Romanek, Michel Gondry, Chris Cunningham, Jonas Akerlund e mais alguns outros, Jonathan Glazer foi um dos reis da MTV na década de 1990, estabelecendo estilos, criando tendências e ditando estéticas ao brincar com imagem e som em vídeos de bandas consagradas como Radiohead, Massive Attack, Blur etc.
 
Mesmo que no cinema o diretor ainda não tenha encontrado um caminho consolidado como alguns de seus contemporâneos (“Sob a Pele” é apenas seu terceiro filme em quase 15 anos), essa experiência fica evidente em seus trabalhos para a tela grande. A câmera está mais preocupada em captar a beleza das tomadas do que estabelecer um sentido para as imagens. E o filme é construído muito mais a partir de um conceito do que de um roteiro coerente.
 
O resultado é que muita gente já torceu e ainda vai torcer o nariz para "Sob a Pele". Eu gostei e achei legal bem interessante.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Cinema: Godzilla

Gareth Edwards dirigiu um dos melhores filmes de monstro da atualidade, o ótimo e pouco visto Monstros. O cineasta então era a escolha perfeita para conduzir uma nova versão do monstro mais famoso do cinema. Mesmo não sendo incrível e dramático como o primeiro trailer anunciava, o Godzilla de Edwards é um acerto, e o diretor constrói um belo filme cheio de tensão, caos, destruição e desordem.

Edwards não poupa barulho. Godzilla tem terremotos, tsunamis, explosões e monstros gigantes brigando e destruindo cidades. O cineasta segue direitinho a cartilha dos filmes-catástrofe, trazendo drama, suspense, tensão e muitos efeitos. A balança, claro, pende para um lado. Apesar de o elenco (Juliette Binoche, Elizabeth Olsen, Bryan Cranston, Sally Hawkins, David Strathairn, Ken Watanabe e Aaron Taylor-Johnson) anunciar que a dramaticidade aqui poderia se sobressair, é a urgência que o cineasta imprime à produção que chama a atenção.

“Godzilla” demora um pouco a engrenar e traz todo aquele blábláblá científico que tenta dar coerência à coisa toda e pouco funciona na tela grande. Mas assim que somos apresentados aos personagens e à trama, o filme flui e vai crescendo em tensão. Interessa-nos menos o drama dos personagens (a maioria tem muito pouco a fazer em cena) e mais a forma como o cineasta filma seu espetáculo audiovisual.

E “Godzilla” é um belo espetáculo. Edwards confia nos efeitos especiais e não tem medo de mostrar seus monstros em detalhes. Ele também confia na ação que está construindo e não picota as cenas a ponto de deixá-las sempre incompreensíveis. Amparado por um belo trabalho de som, o diretor entrega um longa que demonstra certo apuro estético, e algumas cenas são de uma plasticidade e tensão que impressionam (a do trem na névoa e a dos paraquedistas saltando para uma missão impossível são as que se destacam).

Ao contrário da última produção hollywoodiana sobre o monstro, Godzilla aqui é um dos mocinhos do filme. A partir da premissa estabelecida pelo longa (Godzilla salva o mundo), Edwards tenta traçar paralelos entre o monstro e seu personagem principal (Aaron Taylor-Johnson), que segue trajetória parecida ao dos protagonistas de seu trabalho anterior. Ambos são colocados de forma involuntária em determinada situação e percorrem todo um trajeto de destruição até chegarem ao seu destino final (a diferença é que ,em “Godzilla”, Taylor-Johnson não é um mero observador da ação como o casal de “Monstros”).

Ainda que não seja o grande filme que todos esperavam, "Godzilla" é aquele tipo de produção que de certa forma redime os blockbusters e prova que explosões, efeitos especiais e muito barulho também podem combinar com bom cinema.

PS: A título de comparação, o filme funciona bem melhor que "Cloverfield", "Super 8" e "Círculo de Fogo", exemplos recentes que se enquadram na categoria "monstros destruindo tudo".

terça-feira, 13 de maio de 2014

Trilogia involuntária: Clube dos Corações Indies Solitários

Para mim, Lost in Translation, Eternal Sunshine of the Spotless Mind e Her formam uma bela trilogia. São filmes diferentes, com diretores e atores diferentes e assinaturas visuais distintas, mas que funcionam muito bem em conjunto quando assistidos um atrás do outro. Os três filmes têm em comum casais bem diversos entre si que sofrem ao som de uma trilha sonora indie e se dividem entre desejo e realidade. Os três longas são quase como uma trilogia indie para corações solitários, cada qual trazendo um olhar melancólico sobre o amor e suas consequências em jovens adultos perdidos na vida.
 
Lost in Translation é o mais poético dos três e o menos apegado a uma narrativa. O filme é uma espécie de passeio pelas ruas de Tóquio, onde um ator de sucesso esbarra na esposa solitária de um fotógrafo. A diferente de idade entre os dois é grande, mas a química entre Bill Murray e Scarlett Johansson dissolve essa questão em poucos minutos. Ambos são casados e infelizes, estão em Tóquio a contragosto e descobrem em uma amizade furtiva uma saída para a realidade entediante. Entre noite dançantes no karaokê e doses de uísque no bar do hotel, a amizade errante dos dois se transforma em um amor que nunca se consuma. Sofia Coppola usa as luzes e o neon de Tóquio e a trilha sonora indie perfeita para embalar uma obra bem mais apegada à contemplação do que à história e se sai muito bem construindo o romance moderno perfeito.

Eternal Sunshine in the Spotless Mind segue um caminho distinto, ainda que faça uso da melancolia como estratégia. Clementine e Joel se conheceram, se amaram, se odiaram e esqueceram um ao outro, não como um processo natural da vida, mas porque ambos passaram por um procedimento que deleta da memória as lembranças indesejadas. Indo e voltando no tempo em um roteiro genial todo amarradinho de Charlie Kaufman, o filme de Michel Gondry é uma delícia de destruir corações. Amparados por atuações camaradas de Jim Carrey e Kate Winslet, o longa explora aquele desejo não tão secreto assim de esquecer completamente as pessoas e as coisas que nos magoaram. Mas, ao mesmo tempo em que abraça essa premissa, o roteiro nos mostra que a dor vem justamente porque antes existiram bons e grandes momentos que merecem ser guardados. A direção típica de Gondry, dono de uma assinatura visual bem peculiar, envelheceu um pouco com as repetições estéticas do cineasta em outros filmes e videoclipes, mas a força da história permanece.

Her, de Spike Jonze, fecha a trilogia apostando no caminho do meio termo. O olhar de Jonze não deixa a poesia se sobrepor à dramaticidade como no trabalho de (sua ex-mulher) Sofia Coppola, mas também não se prende tanto ao roteiro como na produção de Gondry. Passeando entre a beleza de suas imagens e direção de arte e a força da palavra, Jonze retrata uma relação além do conceito de normal para discutir várias questões pertinentes ao nosso comportamento nos dias de hoje. Theodore (interpretado lindamente por Joaquim Phoenix) é um moço que ainda sofre com a separação da ex-mulher (Rooney Mara) e que se pega em um relacionamento com seu novo sistema operacional (mais uma Scarlett Johansson, aqui apenas em voz deliciosamente sedutora). Os tons pastéis na fotografia e nos figurinos e a trilha sonora melancólica, cortesia de parte do Arcade Fire, embalam muito bem a proposta de Jonze em construir uma produção agridoce que vai muito além do rótulo de comédia romântica.

Os três filmes, na verdade, trabalham muito bem nessa chave que mistura elementos da comédia romântica (garoto encontra garota) com muitas pitadas de drama para discutir amor, relacionamento, possibilidades, memória, desejo, expectativas e por aí vai. O melhor: ambos são melancólicos, mas terminam cheios de esperança.

PS: os três filmes levaram para casa o Oscar de melhor roteiro original, ou seja...