terça-feira, 2 de julho de 2013

Cinema: Os Amantes Passageiros

Não que Os Amantes Passageiros e “Para Roma, com Amor” sejam filmes parecidos, mas ambos mostram que mesmo diretores como Pedro Almodóvar e Woody Allen estão aí suscetíveis a fazer porcarias. Enquanto em “Para Roma, com Amor” Woody Allen come cocô e entrega um filme chato, arrastado e cheio de histórias que não dizem nada, Almodóvar faz praticamente o mesmo em seu mais novo trabalho.

Teoricamente, a ideia era deixar de lado um cinema mais autoral e cabeça que marcou seus últimos trabalhos e voltar aos bons tempos das comédias coloridas, rasgadas e bizarras do início da carreira do diretor. Na teoria, é isso mesmo. Na prática, é um dos filmes mais infelizes de Almodóvar. Preguiçoso, mal dirigido e escrito, “Os Amantes Passageiros” não acrescenta em nada à carreira do cineasta e é puro Almodóvar fazendo, mal, pastiche de si mesmo.
O fiapo de trama se passa dentro de um avião, apresentando um mosaico de personagens tipicamente almodovarianos perdidos em meio a um filme sem roteiro, com timing cômico zero e direito à produção ruim de sitcom. As cores estão lá, a música está lá, os típicos atores-fetiche do diretor estão lá (fazendo praticamente nada), as piadas sexuais também estão lá. Tudo fora da ordem e sem controle.

Não vou aqui mentir e dizer que não dei umas gargalhadas. Dei sim. Mas e daí? Entre um riso solto aqui e outro acolá, o que fica é a impressão que Almodóvar dirigiu esse filme no piloto automático (com direito a trocadilho, sim). No final das contas, “Os Amantes Passageiros” é Pedro Almodóvar dirigindo para o mesmo público que lota cinemas para ver comédias genéricas globais do inferno como “Se eu fosse você” ou “De pernas pro ar” e acha tudo um divertimento só. Um horror, um horror!  No quesito comédias dentro de um avião, ainda fico com "Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu!".

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