“In The Flesh” segue essa
reintegração a partir da volta de um adolescente melancólico à casa dos pais em
uma cidade do interior da Inglaterra. Kieren é bem recebido pelos pais ansiosos
em revê-lo depois de uma morte trágica, mas rejeitado pela irmã mais nova. A
cidade também não está satisfeita com a reintegração dos mortos-vivos ao
convívio social e brada em alto e bom som, em reuniões na igreja, que eles são
demônios e não filhos de Deus. Política, religião e preconceito entram então na
roda de discussão do seriado. Como gays, negros, latinos, pobres, portadores de
doenças e outras minorias, os zumbis sentem na pele (coberta por maquiagem e
lentes de contato para minimizar o impacto visual de sua condição) o medo que
temos do diferente.
A chave de “In The Flesh” é então
o drama, e não o terror e o suspense. A série está mais preocupada com o
preconceito e as implicações que ele causa do que com o medo de zumbis que
andam se arrastando e estão famintos por cérebros. É a culpa de Kieran em ter
matado para “sobreviver”, antes de começar a receber a medicação, que está no
centro do seriado. É a cegueira de um pai que discrimina e mata os zumbis, mas
não consegue enxergar que seu filho é um deles que impulsiona a série.Mesmo redondinha e fechada, “In The Flesh” deixa uma série de portas abertas para uma nova temporada. Assim como alguns mutantes em X-Men ou os vampiros de True Blood, o seriado apenas pincela a ideia de que alguns zumbis se consideram uma evolução da espécie humana e matar humanos está mesmo na essência deles, sendo contrários à aplicação dos remédios que os mantêm controlados. Se a série realmente sobreviver, seria uma ótima aposta de continuidade da trama.
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