Disse ainda que os dois primeiros CDs que comprei foram um do George Michael (Listen Without Prejudice) e um da Sinnead O´Connor (I Do Not Want What I Haven´t Got). Hoje é raríssimo eu comprar CDs, mas ainda guardo os dois.
Para completar, confessei que nunca tinha sido fã dos Pixies; não gostava/gosto nada do Sonic Youth; morro de preguiça eterna do Pavement; nunca me importei ou me importarei com o Arctic Monkeys; tentei, sem sucesso, gostar do Vampire Weekend; e tenho vontade nenhuma de assistir a um show do Weezer.
Repetições de informações à parte, a verdade é que, para o bem ou para o mal, todo mundo tem informações musicais importante sobre você mesmo para compartilhar. Algumas pessoas (como eu) levam demasiadamente a sério essas informações; outras preferem focar em outras coisas e deixam de lado questões de gosto musicais. Eu não consigo. Música faz parte do meu dia a dia, da minha vida, da minha história; ela baliza minhas amizades e me ajudam a contar meus relacionamentos, alegrias e decepções.
Nada melhor então do que
descobrir os gostos musicais daquela pessoa nova que entra na sua vida, ou
gravar CDs ou mixtapes com novidades e canções que você gosta para sair
distribuindo entre os amigos.
Como o site internet está aí
para acabar com as surpresas da vida, fiz toda essa longa introdução para brincar
um pouco de Rob Fleming e listar os 10 álbuns que fizeram/fazem parte da minha
vida. Não, não são os 10 melhores álbuns ever, são apenas discos que eu muito
escutei/escuto/escutarei e revelam por demais sobre minha pessoa (e não existe
uma ordem também, não!).Like a Prayer: Sim, sou gay, então tinha que ter Madonna na lista. Esse nem foi o primeiro vinil dela que comprei (isso cabe ao True Blue), mas, na minha humilde opinião, é o melhor de todos. Foi a partir desse álbum que Madonna começou a deixar de lado a imagem de mera cantora pop e enveredou pelas polêmicas de modo mais agressivo. Redondinho e com um ar pop ainda livre das influências eletrônicas que pululariam nos anos 90 em diante, o álbum traz pérolas como “Express Yourself”, “Like a Prayer”, “Cheerish”, “Spanish Eyes”, “Keep it Together”, “Oh Father” e por aí vai. Melhor música: a triste e fodona “Promise to Try”.
Scoundrel Days: Antes de cair no esquecimento, o A-ha começou muito bem, obrigado. O segundo álbum da banda que veio lá da Noruega para conquistar o mundo e os meus ouvidos é o meu preferido deles. Com um som mais maduro, melancólico e sombrio para um grupo que no primeiro disco parecia que seria só “popão”, o álbum aposta no vocal do Morten Harket (gato), que se esforça na melancolia nas lindas “Scoundrel Days”, “Manhattan Skyline”, “I´ve bee losing you”, “Soft Rains of April”, “The Weight of the Wind” e na melhor: “The Swing of Things”. Típico álbum que não consigo ouvir sem me lembrar de como era ser adolescente e colocar o bolachão para girar na vitrola.
The Joshua Tree: O U2 está aí há tanto tempo e já mudou seu som tantas vezes que, hoje, eles sofrem por certo desgaste. Coxinhas ou a maior banda da atualidade ou não, em The Joshua Tree, eles chegaram à perfeição. Um dos poucos álbuns que escuto de cabo a rabo sem reclamar, sem pular faixa, sofrendo em cada canção. “Where the Streets Have no Name” me faz querer correr em slow motion como se estivesse em um videoclipe; “I Still Haven´t Found What I´m Looking For” me faz acreditar no que ainda está por vir; “With or Without” é tipo um hino; “Running To Stand Still” e “Mothers of the Disappered” são fodas pra caralho de triste; e “One Tree Hill” me faz apenas chorar de felicidade.
Violator: Como se não bastasse ter a música mais foda ever de todos os tempos: “Enjoy the Silence”, esse disco do Depeche Mode ainda tem “Personal Jesus”, “Policy of Truth”, “World in My Eyes”, “Sweetest Perfection”... Não precisa explicar muito.
Jagged Little Pill: O tempo e a indústria fonográfica não perdoam mesmo, e, hoje, Alanis Morissette vive mais das glórias do passado do que de sua produção musical atual. Mas, lá em 1995, a coisa era outra e só dava a moça. Eu, a beira de completar 20 anos, ganhei esse disco de presente de aniversário na firma e me encantei com a fúria das letras das canções e com os vocais raivosos da cantora. Hoje, quase 20 anos depois do lançamento de Jagged Little Pill, ainda escuto o álbum como se fosse um jovem dando tchau para a adolescência. Apesar do sucesso cavalar de músicas como “You Oughta Know”, “You Learn”, “Hand In My Pocket”, “Head Over Feet” e “Ironic”, seguindo minha tendência de sempre gostar das músicas mais tristes e melancólicas, minhas preferidas continuam sendo “Perfect”, “Mary Jane” e “Forgiven”.
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