The Globe Sessions: Da minha fase cantoras, Sheryl Crow ainda é uma das poucas que ainda escuto, e o terceiro álbum da artista é o que mais gosto. Depois de bons discos com ótimas músicas perdidas em um todo um tanto irregular, a cantora chegou ou ápice nesse trabalho, que ganhou Grammy e tudo. Com uma pegada cheia de guitarras e mais roqueira que os discos anteriores, Crow mostra todo seu talento musical em faixas como “Riverwide”, “It Don´t Hurt”, “Am I Getting Throught (Part I & II), “The Difficult Kind” e no resto do álbum inteiro, na verdade. “Anything But Down” traz uma letra linda e “Crash and Burn” é uma porrada de melancolia.
OK Computer: O melhor show da minha vida foi um do Radiohead, dono também do álbum mais triste de todos os tempos da existência terrestre. Peguei o OK Computer emprestado de um namorado uma vez e, quando cheguei em casa, meu quarto tinha sido pintado de azul. Até hoje, toda vez que escuto o disco, me lembro da sensação de colocar o CD no aparelho de som e ouvi-lo em meio aquelas paredes azuladas. O álbum é uma sequência de porradas, uma atrás da outra, sem descanso. “Paranoid Android” é a música símbolo do disco e está muito bem acompanhada de “Karma Police”, “No Surprises”, “Lucky, “Climbing up the Walls” e “The Tourist”. Como se não bastasse ter marcado a minha vida com “Let Down” e ser a trilha sonora eterna daquelas paredes azuis, OK Computer ainda revolucionou, de quebra, o mundo da música.
The Last Broadcast: O Doves não é nenhum Radiohead, convenhamos, mas é uma das minhas bandas preferidas. Esse segundo álbum dos ingleses é uma coisa de climático, triste e poderoso. Se revezando entre canções com uma pegada mais pop (“Words” é uma delícia; “Pounding” é bem pulante; e “There Goes the Fear Again” traz a participação de uma bateria de escola de samba) e outras com um tom mais melancólico (“N.Y”, “Satellites” e “Caught by the River” são do caralho de boas), “The Last Broadcast” é Doves no auge da criatividade e talento, ainda que eles não estejam fazendo nada de musicalmente novo. Ouça com atenção a bela “The Sulphur Man”.
Frengers: Infelizmente, o Mew ainda é (e talvez sempre seja) uma banda bem desconhecida. Pouco importa. Os rapazes lá da Dinamarca conseguiram a perfeição em “Frengers”, um dos álbuns com as frases soltas e versos mais fodas do pop: “Don´t you Just Love goodbyes?”; “I´ll find you somewhere/ Show you how much I care”; “Why are we so alone/ Even with company?; “A nice way I think/ to wake up with you/ It's a nice way/ I'm separating from you”; “I Have simple Decided/ to Dislike younow”; e por aí vai. Como se não bastasse as letra das canções, Frengers traz vocais delicados e arranjos e melodias surpreendentes.
Long Gone Before Daylight: The Cardigans sumiu e nunca mais apareceu, mas continua com lugarzinho marcado no meu coração. Taxada de banda cute, fofa, pop, em “Long Gone Before Daylight”, o grupo sueco aposta em uma sonoridade e ambientação mais madura e menos “Love me/Love me/ Say that You Love me”. O resultado é um álbum redondinho e lindo de se ouvir em sequência, detrás pra frente, de ponta cabeça, sozinho ou acompanhado. “Couldn´t Care Less” e “And Then You Kissed Me” são dois socos no estômago; “Live and Lear” e “Please Sister” são uma graça e “For What It´s Worth” é pop puro.
Bônus: Ain, 10 é muito pouco, né. Não poderia deixar de citar pelo menos mais cinco álbuns: If You Feeling Sinister, do Belle & Sebastian, é toda minha essência musical, um resumo de mim mesmo; Parachutes, do Coldplay, segue a mesma linha. Hoje a banda meio que se perdeu, mas a estreia deles é foda e “Shiver” está em todas as coletâneas possíveis e imagináveis da minha vida; Sea Change, do Beck, é apenas foda, e isso já basta; High Violet, do The National, traz uma série de canções lindas e tristes marcadas pela voz de veludo do vocalista Matt Berninger; Listen Without Prejudice, da tia George Michael, é um dos melhores álbuns pop, cheio de canções maravilhosas e marcantes. “Freedom 90” é uma das clássicas da vida.
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